Irmandade de Nossa Senhora das Almas de Moura
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AMMRA/INSAM
Tipo de título
Formal
Título
Irmandade de Nossa Senhora das Almas de Moura
Datas de produção
1596
a
1890
Datas predominantes
1648-1744
Dimensão e suporte
18 livros, 43 maços - papel
Entidade detentora
Arquivo Municipal de Moura
História administrativa/biográfica/familiar
Associação de leigos, erecta na igreja paroquial de São João Batista. Eram funções solenes desta irmandade a festa a Nossa Senhora das Almas, e as missas pelos irmãos defuntos da irmandade. Segundo o Frei Pedro Lima Bastos, em meados do século XVIII, das nove irmandades instituídas na Igreja de São João Batista, era a das Almas a que mais se destacava pela sua atividade: «Entre todas excede a das Almas que todos os anos passam de duas mil as missas que manda dizer pelas mesmas, por xigar o seu rendimento huns anos por outros quaze a dous mil cruzados. A expensas da Irmandade se alcançou ser o seu altar previllegiado, que he o segundo collateral da parte da Epístolla a onde está o Santíssimo Sacramento…» A capela de invocação a Nossa Senhora das Almas, terá funcionado como sacristia aquando da construção da igreja, no início do século XVI. Em 1650 já existia como capela de Nossa Senhora das Almas e nesse mesmo ano Rui Lourenço da Silveyra e sua mulher, são autorizados a ser padroeiros da dita capela e a construírem nela jazigo para ele e para os seus sucessores A mesa da Irmandade era composta pelos seguintes oficiais: dois juízes, três conselheiros, dois mordomos e um escrivão. Em 1702 o termo de inventário dos livros da Irmandade indica-nos que tinham em sua posse os seguintes livros:«Um tombo grande que serve de tombar a fazenda das Santas Almas com pergaminho de pasta e he de papel impirial. Dois tombos hum velho e outro que serve de asentar os irmãos que de novo se asentam por irmãos das Santas Almas e vinte e tres que tem servido estes anos próximos passados de reseita e despesa da dita irmandade entrando neste numero dos vinte e tres hum que servio três anos e este meu livro deste presente ano de 1702 para 1703.» Até nós chegaram onze dos referidos vinte e três livros de receita e despesa. O Tombo Grande, com data de 1658 encontra-se presentemente sob custódia da Paróquia de S. João Batista de Moura, e está desde 2004 em exposição na Igreja de São Pedro da mesma localidade. Em 1747, a irmandade recebia foros de mais de oito dezenas de moradas de casas e recebia a renda de cerca de cinco dezenas de olivais e vinhas. Eram também uma fonte importante de receita os diversos peditórios efetuados pelas ruas da vila e durante as missas. É ainda mencionado como receita o acompanhamento dos defuntos. Como despesas destacava-se o pagamento de missas, sermões e festas e a compra de cera para as cerimónias.Desconhecemos até que data esta Irmandade se manteve em atividade, mas temos registos escritos que comprovam que em 1890 se encontrava em exercício. História Administrativa elaborada por Octávio Patrício (Cm Moura), com recurso às seguintes fontes:PÁSCOA, Marta Cristina – Memórias Paroquiais da Vila de Moura e seu Termo, ed. C.M.Moura, 2003SEGURADO, Jorge – A Igreja de S. João de Moura, da sua arquitectura e da sua história, Lisboa, 1929Livro de receita e despesa da Irmandade de Nossa Senhora das Almas, 1702-1703, f. 5
Estatuto legal
Organismo Privado
Funções, ocupações e atividades
Associação de leigos, de cariz religioso com objetivos pios e sociais.
História custodial e arquivística
Desconhece-se parte da história custodial e arquivística desta documentação. Sabe-se que transitou da Biblioteca Municipal de Moura para o Arquivo Histórico Municipal João F. da Mouca, no ano de 2000, para integrar o espólio deste Arquivo.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência
Âmbito e conteúdo
Conjunto de documentação produzida e recebida pela Irmandade de Nossa Senhora das Almas de Moura no âmbito do desenvolvimento da sua atividade, onde se destaca desde logo a documentação relacionada com a gestão financeira da Irmandade através do registo da receita e despesa (11 livros – 1648/1790). Realce igualmente para a documentação relacionada com o Património que a Irmandade detinha e onde entre outros documentos se podem observar um conjunto de escrituras de compra e venda, aforamento e arrematação de bens imóveis (1596/1809). De notar ainda a presença de um livro de Registo de Irmãos (1824-1890).
Sistema de organização
Organização segundo critérios orgânico-funcionais e ordenação cronológica dentro das séries e subséries.
Condições de acesso
Comunicável sem restrições, exceto originais em mau estado de conservação.
Condições de reprodução
Reprodução condicionada a parecer do responsável técnico pelo Arquivo Municipal, o qual terá em consideração a legislação em vigor e o estado de conservação dos documentos a reproduzir.
Idioma e escrita
Português
Nº visualizações
3215
Data de publicação
24/06/2021 19:10:52