Jardim dos Mal Encarados

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Jardim dos Mal Encarados

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Documento simples   Documento simples

Código de referência

PT/AMMRA/DD/000008

Tipo de título

Atribuído

Título

Jardim dos Mal Encarados

Datas de produção

1937  a  1938 

Dimensão e suporte

5 fotografias - papel

Âmbito e conteúdo

A 25 de outubro de 1937, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Moura aprovava o projeto de embelezamento da Praça Gago Coutinho.O projeto, da autoria de António Francisco Valente Franco, integrava-se num conjunto mais amplo de obras pensadas para embelezamento da vila, de forma a torná-la mais atrativa enquanto estância turística. Faziam parte deste conjunto de obras, para além da já citada, o embelezamento do Largo José Maria dos Santos, a ampliação do jardim público para a zona de Santa Catarina (cujas obras se iniciaram, mas nunca viriam a ser terminadas) e por um plano de urbanização da vila que abrangia todo o leste da mesma (nunca concretizado).As obras da Praça Gago Coutinho iniciaram-se ainda no outono de 1937, sob a direção de António Franco. O projeto, materializado numa maquete perpetuada numa foto do fotógrafo Zambrano Gomes, pretendia transformar uma praça, situada numa das zonas mais nobres da vila, junto à igreja paroquial de Santo Agostinho e ao Grande Hotel, num dos cartões-de-visita de Moura. A localização era também privilegiada por ser um dos pontos quase obrigatórios de passagem de quem se deslocava a Moura vindo por caminho-de-ferro. A Praça, onde cresciam apenas umas palmeiras dispersas pelo terreno, e onde o pó no verão e a lama no inverno não convidavam a um passeio, começou, naquele outono de 1937, a tomar a forma que António Franco havia idealizado. Houve que vencer um desnível de terreno de quase sete metros, o que foi conseguido construindo o jardim em três patamares, ligados entre si por escadarias. Recorreu-se a mão-de-obra local, de forma a atenuar uma grave crise de trabalho que varria a vila por aqueles tempos, fruto de um ano atípico, em que a falta de trabalho no campo empurrara grande parte da população para o desemprego.Encomendaram-se as pedras mármore a Joaquim Francisco Galrão em janeiro de 1938. Em Abril o mesmo Senhor Galrão, pelo valor de 17500 escudos, procedia ao fornecimento de dois repuxos para os lagos e uma fonte que ainda hoje embelezam o patamar do meio. Para o final ficou a inovadora iluminação, que utilizava modernas lâmpadas de vapor de mercúrio, uma novidade no país. A nova iluminação fascinava todos quantos visitavam a praça à noite e o facto era transmitido ao Presidente do Conselho Nacional de Turismo pelo Presidente da Comissão Municipal de Turismo de Moura da seguinte forma:“ O efeito desta iluminação, especialmente recomendável para jardins e que se impõe pela sua luminosidade, distribuição e tonalidade da luz produzida, tem sido lisonjeiramente apreciado por todos que a têm observado e particularmente pelos numerosos turistas que visitam esta estância”Mas se é verdade que a iluminação era apreciada por todos os que a observavam, também é igualmente verdade que na sua proximidade todos ficavam de imediato com um ar pálido, amarelado, que mais parecia doentio, fruto da tão admirada tonalidade emanada pelas lâmpadas de vapor de mercúrio, o que levou a que rapidamente o Jardim começasse a ser conhecido como o “Jardim dos Mal Encarados”, nome que perdurou até aos nossos dias.Zambrano Gomes, fotógrafo que se estabelecera em Moura poucos anos antes da construção do jardim, teve a oportunidade de fotografar a Praça antes das obras, realçando na altura os edifícios do Grande Hotel, igreja paroquial de Santo Agostinho e Sindicato Agrícola. Posteriormente, num trabalho encomendado pela Comissão Municipal de Turismo, o mesmo fotógrafo documentaria todo o percurso de construção do novo jardim, desde a maquete executada por António Franco, passando pelo aspeto das obras a decorrerem e terminando com algumas vistas gerais do jardim após a conclusão das obras. Não faltaram alguns aspetos noturnos da Praça, já iluminada pelas tão apreciadas lâmpadas de vapor de mercúrio.Das muitas fotografias que Zambrano Gomes tirou desta Praça, antes, durante e após as obras, escolhemos cinco que colocamos agora em destaque pelo valor que representam enquanto testemunho importantíssimo da evolução urbana de Moura, no caso concreto do embelezamento da Praça Gago Coutinho ou, dito de outra forma, da construção do Jardim dos Mal Encarados. Âmbito e conteúdo elaborado por Octávio Patrício (CMMRA), com recurso às seguintes fontes:- Arquivo Municipal de Moura, Câmara Municipal de Moura, Actas das Vereações, dc00080, 1937/1938- Arquivo Municipal de Moura, Câmara Municipal de Moura, Comissão Municipal de Turismo, Correspondência Expedida, 1937/1940.- Arquivo Municipal de Moura, Câmara Municipal de Moura, Comissão Municipal de Turismo, Actas da Comissão M. Turismo, dc00001. 1937/1938.

Cota descritiva

ZG-FM-A-B-ds000025-35-36-37-39-cx001

Idioma e escrita

Português

Nº visualizações

1867

Data de publicação

29/06/2021 04:18:56