A Irmandade de Nossa Senhora das Almas de Moura, era uma associação de leigos, de cariz religioso, instituída na igreja paroquial de São João Batista, que tinha como funções solenes a realização da festa de Nossa Senhora das Almas, e mandar rezar missas pelos irmãos defuntos da irmandade.
Na igreja de S. João possuíam uma capela de invocação a Nossa Senhora das Almas, capela essa que terá funcionado como sacristia aquando da construção da igreja, no início do século XVI.
Em 1650, Rui Lourenço da Silveyra e sua mulher, são autorizados a ser padroeiros da dita capela e a construírem nela jazigo para ele e para os seus sucessores.
Segundo o Frei Pedro Lima Bastos, em meados do século XVIII, das noves irmandades instituídas na Igreja de S. João Baptista, era a das Almas a que mais se destacava pela sua atividade:
«Entre todas excede a das Almas que todos os anos passam de duas mil as missas que manda dizer pelas mesmas, por xigar o seu rendimento huns anos por outros quaze a dous mil cruzados. A expensas da Irmandade se alcançou ser o seu altar previllegiado, que he o segundo collateral da parte da Epístolla a onde está o Santíssimo Sacramento…» (PÁSCOA, Marta Cristina; Memórias paroquiais da vila de Moura e seu termo, 1ªed., Câmara Municipal de Moura, Moura, 2003, p.47).
Em 1702, o termo de inventário dos livros da Irmandade indica-nos que tinham em sua posse vários livros, entre os quais se encontravam vinte e três livros de receita e despesa. Até nós apenas chegaram seis dos referidos vinte e três livros, sendo este que aqui destacamos o mais antigo (1648-1649).